Falta-te um bocadinho assim!
O Porto ganhou na Madeira ao Nacional que até seguia invicto na Liga Portuguesa. Tal como contra o Inter, aqueles que quiseram fazer o enterro da equipa do Porto e principalmente do seu treinador, tiveram que meter a viola ao saco, tomar dois kompensans, largar dois peidos e ir para a cama cedinho.
A forma como Co Adriaanse foi trucidado pela 95% da imprensa após o jogo com o Benfica é algo que deveria ser alvo de uma tese de Mestrado ou Doutoramento nas áreas da psicologia ou sociologia. O homem esteve mal nesse jogo? Claro que esteve, eu próprio aqui o referi. Mas mesmo depois dessa machadada no nosso brio, 90% dos portistas continuaram do lado do treinador. Compreenderam que o homem só está aqui há 4 meses, tem uma equipa praticamente nova e com uma média de idades baixíssima. Primeiro acusaram-no de ser militarista... já o provou que não é. Depois acusaram-no de ser teimoso... já o provou que não é. O que é que querem mais? Queriam que homem tivesse ido embora só porque meia dúzia de camafeus mostraram-lhe uns lenços brancos? Até aí se vê a pobreza franciscana que grassa pela nossa honrosa comunidade jornalistica desportiva. Co Adriaanse em bom inglês disse (vou traduzir): “Se eles quiserem que eu me vá embora... mostrem os lenços brancos.” Isto é muito diferente de dizer: Se eles mostrarem os lenços brancos... eu vou-me embora. Se não encontrarem diferenças entre estas duas afirmações, consultem um professor de português... ou inglês.
A crónica ao jogo de ontem de um dos pasquins de Lisboa começa assim:
Ganhar sem saber ler
“O jogo acabou com uma oportunidade flagrante de golo, mas Chilikov atirou por cima quando um "matador" fazia golo. De certeza. Ia dar empate e o FC Porto já não se isolava no 2º lugar. E se desse, mesmo que não esteja em causa a propriedade do seu triunfo, Co Adriaanse era o grande culpado.” (...)
Quando alguém escreve com esta “certeza”, não há mais nada a acrescentar. Para mim como adepto ferrenho, doente e por vezes incapacitado de ser imparcial do meu clube, o meu Porto fez um jogo tremendo. Em espectáculo? Não... mas em equilíbrio! A defesa esteve portentosa, especialmente o senhor Pepe que ontem não teve das suas míticas paragens cerebrais. Paulo Assunção é uma formiga de uma utilidade fantástica, ora cobrindo os centrais, ora fazendo pressão, ora a indo dobrar os defesas laterais. Quaresma, sem ter estado especialmente endiabrado, é cada vez mais imprescindível (Se o venderem em Dezembro, eu deixo de ir ao Dragão... uma ameaça inconsequente nunca fez mal a ninguém). Hugo Almeida esteve fantástico... trabalhou como poucos, rematou que se fartou e ainda teve tempo para fazer um golo soberbo. O F.C.Porto teve duas bolas no ferro, mais 4 ou 5 oportunidades claras de golo, dominou como quis e apenas permitiu ao Nacional uma oportunidade já ao cair do pano. Há muitas coisas que ainda precisam de ser rectificadas? Claro que há, mas é impossível fazer tudo de uma vez. Começamos a ter uma defesa mais segura, já é um princípio... vamos ao resto!
Ganhar sem saber ler... é pena é que ande por aí tanto jornalista desportivo sem saber escrever e mais grave sem conseguir pensar.
P.S. Alguém deu pelo “cromo” da SportTV que fez as entrevistas no Flash-interview? Não percebia puto de inglês, o que fez com que as declarações de perto de 3 minutos de Adriaanse ficassem com esta tradução: “Co Adriaanse a... dar os parabéns aos seus jogadores.” Quem não percebe inglês deve ter ficado nas lonas...
Por último e para concluír um directo histórico:
“Pronto... estas foram as declarações de Manuel Cajado... Machado!”